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Sete dicas para elaborar a formação de preços com sucesso

formação de preços

Menos de um terço das empresas brasileiras utiliza softwares especializados para formação de preços

Menos de um terço das empresas brasileiras usam software especializado para definir preços. O “Pricing Censo 2024”, da InfoPrice, analisou mais de 240 negócios e constatou que 72,1% ainda dependem de planilhas ou métodos manuais para uma das decisões mais críticas de qualquer empreendimento.

O levantamento ainda aponta que 20% dos negócios dependem de metodologias manuais. Entre as empresas com faturamento superior a R$ 500 milhões, muitas mantêm as planilhas como principal ferramenta para definir preços.

Elaborando a formação de preços

Para superar esses desafios, há estratégias que ajudam a transformar a formação de preços em uma metodologia estruturada.

1. Utilize ferramentas de cálculo 

Entre as ferramentas disponíveis para precificação, desde a tradicional planilha de formação de preço de venda até softwares especializados, o markup conquistou a preferência dos gestores. Em linhas gerais, ele é um índice utilizado para calcular o preço de venda de um produto ou serviço, adicionando uma margem de lucro ao custo de produção ou aquisição

“O markup é um número mágico, que traz mais segurança na definição de preços e garante ótimos resultados para a sua empresa”, destaca o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

2. Mapeie todos os custos diretos e indiretos

Empresários que dominam a precificação começam sempre pelo mesmo lugar: o mapeamento completo de seus gastos operacionais. Segundo orientações do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), os custos diretos englobam matérias-primas e mão de obra, enquanto os custos indiretos incluem despesas administrativas, aluguel, energia e marketing.

O Sebrae enfatiza a importância de separar os gastos entre fixos e variáveis: os primeiros existem mesmo que nenhum produto seja comercializado, como aluguel e salários. Já as variáveis surgem apenas durante a produção e comercialização, como matérias-primas e comissões de vendas.

3. Calcule a margem de contribuição adequada

A margem de contribuição representa quanto sobra das vendas para cobrir despesas fixas e gerar lucro. Conforme explica o Sebrae, ela é calculada ao subtrair os custos variáveis do valor das vendas. Empresas que estruturam adequadamente essa métrica conseguem tomar decisões estratégicas sobre descontos e promoções, já que o cálculo permite identificar quanto cada venda contribui para a sustentabilidade financeira do negócio.

4. Monitore indicadores de desempenho

A diferença entre uma estratégia de preços que funciona e uma que fracassa está nos indicadores de desempenho. Eles permitem avaliar a eficácia da precificação e fazer os ajustes necessários para maximizar o desempenho do negócio, priorizando métricas como rentabilidade, lucratividade e capital de giro.

O “Pricing Censo 2024” demonstra que empresas com equipes acima de cinco pessoas observam melhores aumentos de margem. Negócios que dedicam mais de uma hora por semana à precificação registram impacto positivo 53,2% maior comparado àqueles que investem menos tempo no processo.

5. Analise a concorrência sem copiar preços

O “Pricing Censo 2024” indica que 81,1% dos entrevistados utilizam dados de preços da concorrência para definir suas estratégias. No entanto, copiar simplesmente os valores praticados por concorrentes pode gerar prejuízos.

O SPC Brasil recomenda usar a análise competitiva como referência, mas sempre considerando as particularidades de cada negócio. Custos diferentes, estratégias distintas e posicionamentos variados exigem abordagens específicas para cada empresa.

6. Considere a percepção de valor do cliente

A precificação baseada em valor ainda é pouco aplicada no mercado brasileiro: o “Pricing Censo 2024” revela que apenas 24% das empresas aplicam o conceito, embora 35% afirmem ter conhecimento sobre a metodologia.

Essa estratégia considera os benefícios que o cliente percebe no produto ou serviço, permitindo preços superiores, quando o valor agregado justifica o investimento. Isso exige pesquisas para compreender como os consumidores avaliam os diferenciais oferecidos.

7. Estabeleça o ponto de equilíbrio operacional

A pergunta que tira o sono de muitos empreendedores têm resposta matemática: “qual é o volume mínimo de vendas para cobrir todos os custos?” O Sebrae explica que o ponto de equilíbrio é calculado dividindo-se os gastos fixos pela margem de contribuição unitária.

O estudo da InfoPrice revela que empresas mais maduras em precificação conseguem resultados superiores. A estruturação da área, aliada ao uso de tecnologia adequada, pode transformar o desempenho financeiro e garantir competitividade sustentável no mercado.