Pular para o conteúdo

O que não fazer na primeira viagem internacional

primeira viagem internacional

Falta de planejamento pode causar prejuízos e até impedir a entrada no país de destino


Viajar para o exterior é um dos maiores sonhos do brasileiro. Segundo a “Pesquisa GEM 2024”, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o desejo aparece entre as principais aspirações da população, citado por 33% dos entrevistados, atrás somente de comprar a casa própria (39%), viajar pelo Brasil (35%) e ter o próprio negócio (34%).

O estudo revela que o interesse em conhecer outros países supera planos tradicionais, como adquirir um automóvel, fazer carreira no serviço público, conquistar um diploma universitário e constituir uma família.

O aumento da demanda por voos internacionais mostra na prática o interesse dos brasileiros. Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) revelam que, em 2024, foram mais de 118 milhões de passageiros transportados, sendo 24,9 milhões no mercado internacional. Este é considerado o melhor resultado desde o início da série histórica, em 2000.

Para aqueles que irão realizar o sonho de fazer a primeira viagem internacional, é importante se planejar. O Ministério do Turismo orienta que, além de definir roteiros, hospedagem e passagens, é essencial se atentar a questões como segurança, regularidade dos serviços contratados e possíveis exigências sanitárias e documentais. 

Há erros evitáveis que, quando acontecem, podem transformar o que era para ser uma experiência inesquecível em uma série de contratempos.

Seguro viagem não deve ser deixado de lado

Ao planejar uma viagem internacional, é comum se concentrar apenas no roteiro, nos passeios e nas experiências culturais. No entanto, imprevistos podem acontecer e comprometer toda a programação. 

Atrasos, cancelamento de voos, extravio de bagagem e problemas de saúde são situações que ninguém deseja enfrentar, mas que podem ocorrer. Por isso, contratar um seguro viagem é considerado indispensável. 

Segundo informações do blog Viaja que Passa, especializado em turismo, além de garantir assistência médica e suporte em situações adversas, o seguro viagem é obrigatório para entrar em diversos países, como Alemanha, Áustria, Bélgica, Cuba e Venezuela.

Atenção às vacinas e ao Certificado Internacional

Outro erro que pode ser cometido ao viajar para fora do país é esquecer de verificar a necessidade de vacinas para o destino escolhido. Muitas nações exigem o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP), que comprova a imunização contra a febre amarela.

Países como África do Sul, Paraguai, Maldivas, Egito e Barbados não autorizam a entrada de viajantes sem esse certificado. A vacina deve ser tomada com, no mínimo, dez dias de antecedência da viagem, quando é iniciada a validade do CIVP.

A aplicação pode ser feita gratuitamente no SUS, e o certificado tem validade vitalícia, conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que evita preocupações em futuras viagens.

Programe as etapas com antecedência para evitar contratempos

O planejamento é uma das etapas mais importantes para qualquer viagem internacional. Segundo o Ministério do Turismo, é importante buscar informações sobre o destino, entender os costumes locais, os deslocamentos necessários e a disponibilidade de internet.

A antecedência faz toda a diferença, principalmente na hora de reservar hospedagem. Para quem busca onde ficar em Bangkok, por exemplo, é importante garantir a reserva o quanto antes, pois os melhores hotéis esgotam rapidamente em destinos turísticos com alta demanda. 

Além disso, é preciso verificar se o país exige visto ou autorização eletrônica para turistas brasileiros. Para destinos como Estados Unidos, o processo pode levar meses. É possível consultar as exigências no site da embaixada ou consulado do país de destino.

Confira a validade do passaporte

Outro erro que pode ser cometido é não conferir a validade do passaporte com antecedência. Segundo a Polícia Federal, para entrar em outro país, solicitar vistos ou autorizações de residência, o passaporte deve estar válido durante todo o período da viagem. 

Caso a data de vencimento esteja próxima, o viajante deve consultar a representação diplomática para verificar se isso poderá impedir a entrada. O Consulado do Brasil em Barcelona orienta que o passaporte deve ter, pelo menos, três meses de validade após a data de saída do território europeu. 

Quem permanecer no exterior por período superior à validade do passaporte deve procurar uma representação consular brasileira para solicitar a emissão de um novo documento.

Até 2015, a validade máxima do passaporte brasileiro era de cinco anos. A partir de então, passou a ser de até dez anos, variando conforme o tipo de passaporte e a idade do titular no momento da emissão. Passaportes para crianças e adolescentes possuem validade reduzida devido às mudanças rápidas na fisionomia, que dificultam a identificação facial em controles migratórios.

Finanças também devem ser consideradas no planejamento

O planejamento financeiro também não pode ser negligenciado. Além de acompanhar a cotação da moeda local, é essencial avaliar quanto de dinheiro levar em espécie, considerando despesas como transporte, alimentação e emergências.

É necessário, também, estar informado sobre cobranças adicionais que podem ser realizadas em alguns destinos turísticos. Em Phi Phi Island, por exemplo, são cobradas taxas de proteção ambiental. Os valores devem ser considerados no planejamento financeiro do turista.

Mas há limites para transporte de dinheiro em espécie. De acordo com a Receita Federal, quem leva valores superiores a US$ 10 mil (ou o equivalente em outra moeda) deve declarar na saída do Brasil por meio da Declaração Eletrônica de Bens de Viajantes (e-DBV).

O uso de cartões de crédito no exterior também merece atenção, principalmente por conta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e da variação cambial. 

Confira o peso e o que é permitido na bagagem

Ignorar as regras sobre peso e conteúdo da bagagem pode gerar custos extras e até problemas na imigração. Ao comprar a passagem, verifique no site da companhia aérea qual a franquia incluída e quais são os limites de peso e dimensões.

Além disso, cada país tem suas próprias regras sobre o que pode ou não ser levado. A Receita Federal do Brasil, por exemplo, proíbe a saída de itens como peles e couros de anfíbios, animais silvestres e entorpecentes. Também existem restrições para produtos de origem animal ou vegetal, armas e determinados tipos de pedras preciosas.

O descumprimento dessas normas pode gerar apreensão da mercadoria, multas e até sanções administrativas. Portanto, sempre consulte as regras tanto da companhia aérea quanto da alfândega do país de destino e de origem.

O Ministério do Turismo alerta ainda para a importância de cuidar da bagagem em locais públicos, como aeroportos, rodoviárias e hotéis, além de manter documentos como RG e passaporte sempre acessíveis.